Despidos
em frente ao espelho
Esperávamos
que as cortinas se fechassem
Para
que os aplausos nos ensurdecessem
Como
alívio às nossas frustrações.
Não
haveria texto
Se
não fôssemos precipitados
Em
enumerar conteúdos mal resolvidos
Desaguando
presenças ausentes
Na
montagem de uma catarse.
Queríamos representar delírios,
Edificar
com tijolos cênicos
Um
cenário quimérico
Onde
o nosso Édipo
Reinaria
em êxtase.
Estilizando
nossas fantasias
No
camarim à meia luz,
Não
terminaríamos a sessão
Se
não tivéssemos feito
O
holocausto em cena.
Encarnamos
nossa devoção à tragédia
Aniquilando
o ensejo de conhecer um ao outro
Em
nome do espetáculo do rancor.
Um comentário:
Muito bom, Rodrigo!
Sua poesia é um convite para uma viagem de reflexões.
Grande abraço e sucesso!
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