30/06/2013
Gryphus
No alto da Cordilheira dos Cárpatos
Em uma imensa gaiola como palácio,
Sob relâmpagos guardiões de majestosos trovões,
Gryphus dilata seu orbe.
Soberana laureada com demência
Na premência da carência
Veste pele de meretriz.
Fomenta a ilusão periférica
Da personagem histérica de sua ira.
Suspensa num dourado balanço,
Trono utópico de descanso,
Bate seus cascos de verniz;
Marca o compasso frenético
Do ritmo tétrico de seus nervos.
Balança seu rabo de cavalo ao bater as asas,
Adorna os chifres pintando-os com as garras.
"O delírio me sublima", rosna com fealdade,
"É nele que meus impulsos se entorpecem
Edulcorando os desgostos da sanidade."
"Retirem-se! Saiam daqui!", ordena ao vácuo
"Deixem-me com os preceitos do meu embalo
Onde a rainha sorve a raça de seus vassalos."
A criatura no poleiro da desesperança
Adormece sua alienada alma de criança
Implorando proteção.
Rodrigo Moura © 2013 Todos os Direitos Reservados
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Um comentário:
Ótima obra, Rodrigo!
Com contornos medievais, gosto do estilo, frases muito ricas e cheia de imagens!
Grande abraço, sucesso e boa semana!
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